Uma crise convulsiva ocorre devido a uma atividade elétrica anormal e excessiva no cérebro, que pode resultar de várias condições neurológicas. Entre as principais causas estão os traumas cranianos, tumores cerebrais, malformações vasculares e infecções intracranianas, que podem levar a alterações na estrutura e função do tecido cerebral. Esses fatores são frequentemente estudados e tratados no campo da neurocirurgia de crânio, que se concentra em intervenções cirúrgicas para corrigir ou mitigar essas anomalias.
Os traumas cranianos, por exemplo, podem causar lesões nas células nervosas e nos circuitos neuronais, criando focos epileptogênicos. Esses focos são áreas do cérebro onde a atividade elétrica se torna descontrolada, desencadeando crises convulsivas. A neurocirurgia pode ser necessária para remover ou reparar as áreas danificadas, reduzindo a frequência e a gravidade das convulsões.
Tumores cerebrais também são uma causa comum de crises convulsivas. O crescimento de um tumor pode comprimir ou invadir áreas críticas do cérebro, perturbando a comunicação neuronal. Neurocirurgiões podem intervir para remover esses tumores ou reduzir sua pressão sobre o tecido cerebral adjacente, ajudando a restaurar a função normal e controlar as crises.
Além disso, malformações vasculares, como aneurismas e malformações arteriovenosas, podem causar crises convulsivas ao alterar o fluxo sanguíneo e a oxigenação do tecido cerebral. Infecções intracranianas, como encefalite ou abscessos cerebrais, também podem provocar inflamação e dano neuronal, desencadeando convulsões. O tratamento neurocirúrgico desses casos visa resolver a causa subjacente e prevenir danos adicionais ao tecido cerebral.
Diagnosticar a causa de uma crise convulsiva envolve uma abordagem multifacetada que combina a avaliação clínica com exames neurológicos e de imagem. Inicialmente, um histórico detalhado do paciente é coletado, incluindo a descrição das crises, antecedentes médicos e familiares. Esse passo é crucial para identificar possíveis fatores desencadeantes ou condições subjacentes que podem estar contribuindo para as convulsões.
A neuroimagem é fundamental no diagnóstico, utilizando técnicas como a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM). A TC é útil para detectar lesões agudas, como hemorragias ou fraturas, enquanto a RM oferece uma visão detalhada do cérebro, identificando tumores, malformações vasculares e áreas de lesão cerebral que podem estar causando as crises. Esses exames permitem uma visualização precisa da anatomia cerebral, crucial para o planejamento cirúrgico.
Eletroencefalogramas (EEG) são utilizados para registrar a atividade elétrica do cérebro e identificar padrões anormais associados às crises convulsivas. O EEG pode localizar focos epileptogênicos, áreas onde a atividade elétrica anormal se origina, ajudando a direcionar intervenções terapêuticas específicas. Em alguns casos, monitoramento prolongado com vídeo-EEG pode ser necessário para correlacionar eventos clínicos com alterações eletrofisiológicas.
Exames laboratoriais complementam a investigação, ajudando a identificar desequilíbrios metabólicos, infecções ou condições sistêmicas que podem precipitar crises convulsivas. A combinação desses métodos diagnósticos permite uma abordagem abrangente e precisa, orientando o tratamento adequado, que pode incluir intervenções neurocirúrgicas para corrigir ou mitigar as causas identificadas.
O tratamento para uma crise convulsiva começa com a estabilização imediata do paciente, garantindo a segurança e a permeabilidade das vias aéreas, além de monitorar os sinais vitais. Anticonvulsivantes, como diazepam ou lorazepam, são frequentemente administrados para interromper a crise aguda. Estes medicamentos atuam no sistema nervoso central para suprimir a atividade elétrica anormal no cérebro.
Para o manejo a longo prazo, anticonvulsivantes orais, como fenitoína, carbamazepina e levetiracetam, são prescritos para prevenir futuras crises. A escolha do medicamento depende do tipo de epilepsia e do perfil do paciente. É essencial um acompanhamento regular com um neurologista para ajustar a dosagem e monitorar efeitos colaterais, garantindo a eficácia e segurança do tratamento.
Quando as crises são resistentes aos medicamentos, a neurocirurgia de crânio pode ser considerada. Procedimentos como a lobectomia temporal, a ressecção de lesões epileptogênicas ou a implantação de dispositivos de estimulação do nervo vago são opções viáveis. Essas intervenções visam remover ou interromper a comunicação das áreas cerebrais responsáveis pelas crises, oferecendo uma chance de controle das convulsões em casos refratários.
Além disso, técnicas avançadas de neuroimagem e mapeamento cerebral são utilizadas para planejar e executar cirurgias com precisão, minimizando riscos e maximizando a eficácia. A abordagem cirúrgica é individualizada, levando em conta a localização e a extensão da anomalia, bem como as características clínicas do paciente, proporcionando um tratamento personalizado e potencialmente curativo.
Dr. Felipe Mourão é médico Neurocirurgião no Rio de Janeiro dos principais hospitais e clínicas do Estado.
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